quarta-feira, setembro 30, 2009

Reflexões lentas e curtas - 5 - Poder Local

1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?
2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (O Partido com paredes de vidro)… e não outro
3. O Poder aparente e o real Poder
4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real

5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?

6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local
..........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS
7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder.



Quando se intenta reflectir sobre partidos e poder, e se procura cumprir um plano para essas reflexões - lentas e curtas - há que ter em atenção, e não tive..., que os eventuais visitantes e leitores só lêem um ponto de cada vez, e quando publicado. Teve-se o cuidado de ir reproduzindo o esquema para que o eventual (e pontual) visitante e leitor tivesse a ideia do conjunto das reflexões. E adianto que tenho a intenção, para uso próprio, de agrupar os 7 ou 8 ou 9 episódios que venham a sair.
Sem ter tido essa intenção, na sequência das reflexões, este ponto, sobre o Poder Local coincide com o começo da campanha para as autárquicas. Por isso mesmo, sublinha-se que partidos que, por via das eleições que desde 1976 se fazem, e no cumprimento da Constituição também desse ano, tiveram acesso ao Poder Local são, evidententemente, partidos de poder. E no poder.
É mais que redutor, e até anti-democrático (e anti-constitucional), apenas considerar como partidos da área do poder apenas os que têm sido do executivo no Poder Central, e nele têm alternado. Um partido como o Partido Comunista, que tem um peso significativo no Poder Local, é um partido da área do poder. E é-o independentemente das dificuldades de exercer esse poder, pela falta de cumprimento da obrigação, também constitucional, de se fazer o ordenamento do território português, através da descentralização e da democratização do Poder Local, por via da criação do "degrau" que falta, das regiões.

Serviço Nacional de Saúde e empresarialização

Vale a pena ler aqui.

Episódios que se fazem lembrados - 2

Num dado momento da contagem dos votos, chegou a vislumbrar-se - e a comentar-se, de passagem - a situação, que seria a ideal para quem perde a maioria absoluta mas se mantém com maioria relativa, do PS ter mais deputados que a soma PSD e CDS, de poder escolher, a seu bel-prazer, os apoios que quisesse, podendo saltitar de uns para outros, para conseguir maiorias parlamentares em apoio às sua políticas. Pelo número dos seus deputados, pelo número dos deputados dos outros partidos.
E como de um momento para o outro tudo ruiu...
De "pivot" e gestor de maiorias parlamentares, com, por exemplo, 100 deputados PS, com PSD com um número de deputados que nunca lhe posssibilitaria ser-lhe superior com a soma dos deputados do CDS, e 16 ou mais mas nunca superiores a 21 nos dois partidos e na coligação, passou o PS para 96, com a soma do PSD e CDS a ser de 98, podendo estes formar uma maioria de bloqueio, só susceptível de alcançar uma maioria absoluta com o CDS ou com o BE + PCP, autêntico refém dos outros para poder governar!
Interessante a situação política, e o modo de discutir e definir políticas, e interessante a maneira como a aritmética a formou, em pequeníssimas mudanças em curtíssimos espaços de tempo, passando de uma eventual situação de um sobranceiro "condutor do jogo" para uma situação em que o mais votado está necessariamente na submiss dependência dos outros.
.
E eis que surgem núvens de poeira!

Episódios que se fazem lembrados - 1

Vão-se sedimentando as vivências. É curioso este fenómeno de, cá dentro de nós, o que foi vivido ser arrumado, catalogado, hierarquizado, umas coisas coisas fechadas em gavetas, outras vindo ao de cima e parecendo dizer-nos "olha que...", "não te esqueças...".
Às vezes é muito rápido.
As eleições foram há dois dias, e de tudo o vivido já quase tudo se arrumou, até por pressão da avalanche do que se está a seguir. E... lá está1... uns episódios não param de segredar "não deixes de me contar...".
.
Embalados pelas campanhas em que foram partes activas e pouco ou nada neutras, pelas sondagens e sua manipulação, alguns que deviam ser profissionais da informação, independentemente das suas legítimas opções político-partidárias, interpretavam os resultados que chegavam e viam-nos com os óculos da cor escolhida. Procurando levar os desejos até à realidade, até para além do que esta ia negando.
Insistia-se na tecla da 3ª força, como se fosse o mais importante da votação, e quando se estava mesmo a ver que o CDS-PP ia ter mais votos que o BE, surgiu a ainda escapatória (será que BE também quer dizer bálvula escapatória?...) do número de deputados. Que foi levada até ao quase ridículo. E que teria sido uma involuntária rasteira para que Francisco Louçã fizesse um discurso que foi um verdadeiro desastre - de que, é evidente, não se fala - na postura de quem vai ter 21 deputados, vai ser decisivo na solução governativa, em que não se conteve e avançou com indicações sobre a composição ministerial. Afinal, o que, já adiantados os apuramentos, se apontava para 21 deputados ficou em 16, e logo se quis esquecido o pouco antes dito, anunciado e fundamento de discurso!

Entre a náusea e a ira

... e algum inusual desalento. É que é demais. Estão a abusar!
Depois de um dia mais que preenchido (Comité Central do PCP, em Lisboa, Assembleia Municipal de Ourém, no Cercal), cansado mas satisfeito por vivo estar e em luta (em ambientes cordiais e até amigos) pelo que considero valer a pena e justificar estar vivo, apanho com um serão de pesadelo... já em remake, comentado e requentado.
OuVi esperados esclarecimentos, anunciados com pompa e circunstância, que nada esclareceram e só mais confundiram, ouVi posturas postiças, auto-apregoando virtudes que se contradisseram enquanto apregoadas, ouVi reacções de virgens ofendidas que denunciavam que se tem muitos anos de... má-vida (dita fácil), ouVi comentários entre a ironia fácil e a indignação afivelada, incapazes de disfarçar o cálculo, a manobra, o aproveitamento da situação para benefício ("lucro") próprio e mesquinho no xadrez do poder aparente.
Mais triste que irritado. Entre a náusea e a ira.
A isto chegámos. Há que prosseguir, com mais força ainda (se mais forças se arranjarem), a batalha pelo respeito pelo povo que somos, a batalha pela dignificação da democracia, pela credibilidade da política.
Discurso de pretenso moralista? Haverá quem o diga. Falsos desabafos de quem se julga superior e o vem papaguear, em prosa enviezada? Haverá quem assim o leia. Pouco me importa. É o que sinto, não me sentindo moralista mas sério, não me sentindo superior a ninguém mas recusando-me a pactuar, no silêncio do meu sentimento entre a náusea e a ira, com tanta inferioridade moral.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Fechemos em definitivo (?) este acompanhamento das legislativas. Falando um pouco de política(s) a partir das aritméticas, antes que as aritméticas tomem em definiivo (!) o lugar da política.
A partir destes números de deputados (com a ressalva da falta dos 4 da emigração), se o PS-governo, com os seus 96 deputados, quiser fazer passar políticas e "reformas" ditas "sociais-democratas" pode ter o bloqueio da "direita" (78 + 21 = 99)... precisa de votos de deputados à "sua esquerda". Não escrevo mais.
Vamos às autárquicas!
Dormir?...
É mentira!...

No distrito de Santarém,
a CDU teve mais 966 votos que em 2005,
mais 0,7 p.p. (de 8,6% para 9,3%),
mais 4,4%,
e manteve o deputado;
no concelho de Ourém,
a CDU teve mais 173 votos,
mais 0,7 p.p (1,4% para 2,1%),
mais 54%.
Boas perspectivas para a batalha das autárquicas.
Podemos continuar a perder assim... a luta continua!

Agora é que é:
Boa noite!
Boa noite! (?)

domingo, setembro 27, 2009

Estão definidas as condições (algumas)
para a 3ª etapa, as autárquicas,
concelho a concelho,
freguesia a freguesia.

A luta continua,
contínua!
Depois de anunciada a triplicação
dos deputados do BE,
estes duplicaram
(o que é assinalável...
mas não vale exagerar);
afinal o PS,
apesar da "extraordinária vitória" de Sócrates,
e do triunfalismo canhestro de Louçã,
só pode ter maioria com o PP;
.
vou ter de ler algo que me descontraia,
para dormir após estes discursos,
em particular o de Paulo Portas...
que é um susto.
Acabei de ouvir:
"o 1º ministro eleito"!
Dito por um... jornalista.
E o "1º ministro eleito"
disse, e repetiu,
" ...uma extraordinária vitória eleitoral".
Que valem as palavras e os números?
Uma nota:
em 2005, o CDS-PP teve 7,24%
e a CDU teve 7,54%,
a "medalha de bronze"
foi em "sprint final"!
Na "corrida ao pódio",
o que dá direito a subir o degrau
e receber a "medalha de bronze":
o nº de votos
ou o nº de deputados?
Sedimentando
(enquanto continua o "espectáculo"):
o PP a receber os votos perdidos pelo PSD,
para BE muitos do PS
(e perda de maioria absoluta),
a CDU confirmará, subirá em votos,
em percentagem,
aumentará (espera-se...) o nº de deputados.
E não digo nada do BE?
Nesta pausa, penso (eu de) que
está a colher os frutos
que a comunicação social semeou.
A euforia no CDS-PP
ao recolher os "salvados" do PSD
A CDU?
A lembrar, teimosamente,
o que todos querem esquecido:
os SEUS objectivos!
Para já - 20.15... -, o PS a perder a maioria absoluta.
E, para já, a cantar vitória. Exuberantemente.
Quem sobe ao "pódio"?
Uma grande questão "política"...
Boa tarde...
Bom Dia!

sábado, setembro 26, 2009

A reflectir (!) mas já envolvido noutra antes de terminada esta

Em dia de reflexão - isto das pessoas serem convocadas a reflectir num dia, na véspera, é curioso... -, lembro que esta é uma campanha para três eleições. E faço a "ponte" entre a 2ª e a 3ª, transcrevendo um espaço ocupado pela CDU-Ourém no Notícias de Ourém de ontem (com outra paginação... mas isso é para outras "cunbersas").






As listas de candidatos
e a sua utilidade para quem ou para quê

Se entendemos – na nossa perspectiva política – que todos os votos são úteis porque exprimem uma posição cidadã, e que os na CDU têm outra utilidade têm porque são contra as políticas desastrosas contra os interesses de Portugal, dos portugueses, dos trabalhadores, também entendemos que todas as listas são úteis, embora algumas num sentido perverso – na nossa perspectiva política, claro…
Para as autárquicas em Ourém todos os votos expressos serão úteis. Porque resultam de escolhas, que se desejariam informadas, conscientes, em 3 partidos e uma coligação para os órgãos municipais, mais 4 movimentos para 4 assembleias de freguesia. Poderá haver algum ludíbrio na independência de um ou outro movimento, como, por exemplo, no movimento de Fátima de que o mandatário é o nº 2 na lista para a Câmara pelo PS…
De qualquer modo, o voto é sempre útil… e deveria ser, como se deseja, informado e consciente.
Já para as legislativas, a realizar no domingo 27, a proliferação de partidos que só aparecem nestes momentos, de 4 em 4 anos, todos queixando-se e protestando contra as políticas (e os “políticos”) que há 33 anos nos governam, ou contra aspectos particulares dessas políticas, só serão úteis para a continuidade das políticas contra as quais se afirmam e vão a votos. Pelo que se poderiam considerar inúteis os votos nesses candidatos. Mas não são! São úteis porque atraem descontentamento, canalizam desilusão, desviam e anulam a vontade/necessidade de mudar ao retirar votos de onde poderiam ter expressão e algum efeito. Ou seja, serão úteis para a manutenção do que dizem estar contra. [E não se confunda com as autárquicas (de Ourém) porque a "nossa mudança" tem a ver com rupturas, com outras políticas e não mantendo as mesmas que, a nível central e local, têm sido prosseguidas.]
Mais. Nuns casos não há inocência. Como no repetir de discursos e na cópia de símbolos. Quantos milhares dos poucos milhares de votos no MRPP são votos que quereriam ser na foice e no martelo que estão junto ao girassol dos Verdes e não para aquele partido? ou, até, se anule o voto porque há – sabemos que houve! – quem vote nos dois para que fique mais claro o querer do voto!
Nas eleições do dia 27 de Setembro, de domingo, ou oureenses votam para escolher 10 deputados pelo distrito de Santarém. Para isso – e só para isso – servem os distritos. A lista da CDU tem como 1º nome António Filipe, que tem raízes familiares em Alcanena, é professor universitário e actual vice-presidente da Assembleia da República.
O voto na CDU é numa coligação do PCP com os Verdes e a Intervenção Democrática, acolhendo muitos independentes que também querem uma mudança real, uma ruptura com estas políticas. Um viver melhor. Que, sim, é possível!


João Ferreira, deputado no PE, Sérgio Ribeiro, cabeça de lista à AM-Ourém,
e António Filipe, vice-presidente da AR e cabeça de lista por Santarém nas legislativas 2009,
em 13 de Setembro, no Xico Sto. Amaro-S.Sebastião-Ourém

sexta-feira, setembro 25, 2009

Peço desculpa!

Peço desculpa aos meus eventuais visitantes. Depois de ter passado os olhos pelos orgãos de comunicação social nas bancas (e dos bancos), venho, de baraço ao pescoço, solicitar indulgência e reconhecer que vos enganei no que publiquei nos "posts" abaixo.
Foi uma coisa que me passou pela cabeça. Se calhar sonhei...
O que me pareceu ter sido um evento extraordinário que eu teria vivido, digno de destacada menção informativa, foi, decerto, um invento da minha cabecinha já perturbada, que não foi capaz de interpretar os claríssimos números que mostram a tal de CDU como a 5ª força política deste País, incapaz de encher a Betesga quanto mais o Rossio, sem gente (de Setúbal e Lisboa) para ocupar os sanitários do restaurante do lago do Campo Grande e se julga com força e confiança para meter 7000 corpos no enorme Campo Pequeno.
Desculpem lá todos e todas. Isto são delírios que me dão...

Festa na festa, alegria na alegria

confiança na confiança!
Obrigados à Luísa Bastos, ao Samuel, aos Tocá Rufar.

E que tal esta?, do grande Zé Gomes Ferreira:

Democracia é alternância
repetiu de novo a embalar o tédio
um senhor de sono espesso.
Como se fosse possível - ó gloria! ó ânsia! -
construir um prédio,
mudando de vez em quando
os mesmos tijolos do avesso

Um enorme comício...

... dos distritos de Lisboa e Setúbal, enquanto por outros sítios deste nosso País, havia arruadas e outras manifestações de força e alegria. Da confiança que se pretende abalar com manobras, manipulações, jogos sujos. É preciso ter mesmo muita força!

Uma frase

Do comício de ontem. dos distritos de Lisboa e Setúbal, que encheu de mais de 7000 pessoas o Campo (feito) Pequeno, trasncrevo uma frase de Jerónimo de Sousa:
"... as sondagens estão a puxar-nos para trás..."
Para isso elas servem... mas nós não vamos!
As fotos (quase) privativas seguem dentro de momentos.

quinta-feira, setembro 24, 2009

A sorte de um militante com fotógrafo privativo

... e amigo, ainda por cima (e acima de tudo!)
... e aí vão eles a caminho do Campo Pequeno!

Depois, voltaremos... com fotos para aqui colocar.

O povo, os do povo e os... outros!

Ontem, fui com um amigo a um comício (pode chamar-se comício ao que ali aconteceu?...) em Alpiarça.
Estive no palco e, antes de falar Jerónimo de Sousa, ouvi coisas daquelas com que concordo. E aplaudi.
Depois, o Jerónimo falou. E começou por falar do António Abalada, do Álvaro Brasileiro, destes dois camaradas com quem estive em Caxias, e que o Jerónimo escolheu para exemplos, para simbolos do povo de Alpiarça, da sua luta na resistência. Do povo que ali estava, enchendo o Largo dos Águias. No meio desse povo, sendo esse povo, na primeira fila, netos dos Abaladas e dos Álvaros. Lindos na sua juventude.
Confesso (mas confesso mesmo!) que chorei ao ouvir assim referir nomes tão queridos e tão cheios de... homens a sério. Ao lembrar coisas que fazem chorar um homem. Sem vergonha de chorar!
E o Jerónimo, estando "em casa", com a sua gente, arrancou um discurso (pode chamar-se discurso aquela conversa com amigos?...) como nunca o tinha ouvido, e já ouvi dele dezenas de discursos seus... Sem um papel, sem uma nota, sem ponto. Sem rede. Ele e nós. Um discurso político! Uma intervenção política como eu acho (posso achar, atentos comentadores anónimos?...) que deveria ser a política.
Em que, como discurso político que era, entre outras muitas coisas explicou, sem margem para quaisquer ambiguidades, a posição do PCP sobre entendimentos com outras forças políticas, sempre - e só! - na base da discussão de políticas a concretizar.
E estava o largo cheio de comunicação social, de máquinas de transmitir mensagens, ali encrustradas no povo que enchia o Largo dos Águias de Alpiarça, o Largo da Esperança.
Pois, hoje, recebo um sms do amigo que me acompanhou que diz assim
"Jerónimo não fecha portas a entendimento com o PS" - rtp1. Miseráveis!
Na verdade... ah, pois são! E o ameu amigo soube bem ver o que estava por detrás do modo como se manipula a informação, se torna o que é rico de conteúdo em paupérrimo e perverso (sem ser falso!), como se escolhe o artificial em prejuízo do que é essencial. Do calor da amizade, da solidariedade. Do ser... humano!

Sejamos claros...

Não tenho nada de pessoal contra o Anibal, o Francisco, o José, a Manuela, os Paulos (*), o Vitor, e outros que mais, e procuro que a grande admiração e estima pessoal que tenho pelo Jerónimo não entre nestas avaliações e tomadas de posição. O único critério que entendo dever usar nas minhas avaliações e tomadas de posição políticas se deve fundar, não em considerações pessoais, mas naquilo que cada um deles protagoniza e no grau de confiança que cada um deles, e quem os acompanha, me merece e o seu passado justifica ou não.
Disse!
________________________________________
(*) sobre um destes terei razões pessoais - e fortes - mas procuro que não entrem nestas considerações...

terça-feira, setembro 22, 2009

Honduras - outra informação

TeleSur

Reflexões lentas e curtas- 4 - A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real

1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?
2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (O Partido com paredes de vidro)… e não outro
3. O Poder aparente e o real Poder

4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real

5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?
6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos.
.........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local.
.........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS
7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder
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A questão da governabilidade tem estado muito presente - e não só a partir desta campanha... - no debate político e no fundamento, ou pretexto, de algumas decisões ou projectos de, em Portugal.
Já próximo deste léxico começou por aparecer a ideia-frase, que nem conceito seja a ser, de (boa) governança, vinda das "Europas", com o pressuposto que está tudo arrumado, não há que discutir organização e natureza do Estado, arquivou-se a ideologia (ou substitui-se pela da economia de mercado e pragmatismo), há, sim, que governar bem a parir do que está assente e é fim da História.
É evidente que estas ideias não se formulam assim, mas estão escondidas no substracto do demagógico discurso político, do necessário multifacetado esforço para iludir as massas, que em democracia vivem ou julgam viver porque o Poder real lhes oferece o direito a votar periodicamente, informando-as selectiva e manipuladamente para que as escolhas não sejam arriscadas.
A questão da governabilidade coloca-se no "magno problema-alvo" do bi-partidarismo alternante ao centro, das vantagens das maiorias absolutas que a possibilite, à governabilidade, ou a facilite. Nesta actual campanha (duas em uma), os cenários têm sempre latente essa questão, e o espectro da ingovernabilidade por não haver maiorias, ou absolutas, ou de antemão concertadas entre personagens, que não de programas políticos e de políticas onde possam coincidir e compatibilizar-se.
Também assim é no Poder local, em que houve uns ameaços, preocupantes porque quem tem o Poder aparente na mão não é de desistir, e o Poder real que o comanda de desistir não é e pressiona sem olhar a meios para ter o que mais lhe convem, para manter a dominância na sociedade.
A governabilidade traduz-se, para o Poder aparente, em governar com habilidade por forma a dar satisfação ao Poder real, dos grupos financeiros.

Reflexões lentas - a propósito do "clima"

Ontem no fim de um dia cansativo, uma conversa. Um pouco em carne viva. Com uma das pessoas que me são mais queridas - até porque muito querida foi.
Na conversa, e a propósito de coisas de hoje, veio à baila uma situação de há oito anos, e eu disse-lhe quanto me chocara, para além do caso pessoal que não esquecerei nem a que me habituarei, uma reacção de um fulaninho à minha indignação por publicamente ter sido sugerido, em pura invenção mas com claríssima intenção, que "eu me vendera" para ter benefícios de ordem política. Essa reacção foi "qu'é que tu queres? disse isso porque em política vale tudo!".
Pois o meu interlocutor de ontem, na inhabitual longa conversa, saiu-se com esta "... é!, é a porca da política". A esta frase reagi. Com uma calma e uma contenção também inhabituais, mas que hábito têm de se tornar: "Não, meu filho, não é a porca da política, é a política porca!"
E dormi (pouco e mal) sobre a nossa conversa e esta troca de frases.
.
O ser humano é social por sua segunda natureza, e a política é-lhe inerente e igual a acção no colectivo. Em que não há ilhas nem Robinsons Crusoés a não ser em ficção (e mesmo aí tem de se arranjar um Sexta-Feira...). E pode ser (deve ser) a actividade mais nobre. porque é a assunção de que somos também os outros.
Vê-la emporcalhada custa muito! Dói.

Atenção!

Transcrevo um comentário que fiz a mais um excelente post do samuel-cantigueiro
Tudo certo o que dizes. Tudo! Mas é importante não nos deixarmos envolver num "caso" desta dimensão em que, numa ponta, um diz-se "clarificado" e, na que se quer ponta do lado extremo, outro pede (sugere?, levanta a lebre?) a saída do PR.
A cinco dias de eleições legislativas?! Isto é a política porca que faz com que haja o sentimento que porca é a política.
Que tristeza... e que perigos!
Abraço

segunda-feira, setembro 21, 2009

Comenta dores

A OCDE publicou um dos seus periódicos relatórios.
E, hoje, aconselha que os Estados membros fazem investimentos públicos em determinadas áreas.
A antena 1 foi ouvir um dos seus comentadores, Nicolau Santos, especializado em economia.
O comentador especializado comentou.
E, no rápido comentário que fez, entre outras coisinhas e mais ou menos, disse que o relatório parecia ter sido escrito por Socrates porque este já apelou ao investimento privado para que investisse nessas áreas...
Sem comentários!

domingo, setembro 20, 2009

As sonda(gen)s... ainda

Ah!... e embora haja quem possa pôr em dúvida, penso - e diria - exactamente o mesmo se as sondagens dessem projecções mais favoráveis à CDU do que aquilo que se virá a verificar, como sempre/nunca acontece. O que, na "técnica" da amostragem e, sobretudo, na lógica da luta de classes, seria obviamente impossível!

As sonda(gen)s...

Um excelente texto (com uma ilustração "à medida"). De Cid Simões, aqui. Que se recomenda. Vivamente.
Uma reflexão séria de, e para, quem quer levar "esta coisa" da política a sério.

sábado, setembro 19, 2009

É isto a política?

"Factos" políticos contra "factos" políticos?
Sondagens para manipular até à exaustão?
Fogos fátuos e (de) artifici(o)ais?
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E a situação das pessoas, o endividamento e as consequências, o desemprego, as empresas (micro, pequenas e médias, sim!, não ridicularizem) em dificuldades enormes (as que sobrevivem)?
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Tem de haver alternativa! Há alternativa!

sexta-feira, setembro 18, 2009

Na cadeira do barbeiro

É periódico. O cabelo não caiu e cresce. Também a barba cresce todos os dias, porque nem dia-sim-dia-não a faço (a expressão “fazer a barba” é mesmo aberrante…). Pelo que, mais ou menos de mês e meio em mês e meio, vou à loja do senhor Arnaldo, velho conhecido de andanças teatrais e quase-amigo, para que ele diminua a minha “moldura grisalha” (de um poema de Maiakovski).
É costume conversarmos muito enquanto ele dá à tesoura. As conhecidas conversas de barbeiro… Podemos começar pelo tempo, ou pelo teatro, ou pelo futebol, mas – é fatal! – acabamos no tema da política. Pois se sou eu que estou sentado na cadeira…
Desta vez, ontem, ele foi logo directo ao assunto. E mais isto e mais aquilo, e lá comecei eu a tentar ser pedagógico sem proselitismos excessivos. Até que ele arranca com esta pergunta:
Pois... mas, ó doutor (é assim que ele me trata),… diga-me lá… porque é que o seu partido não se junta ao Bloco de Esquerda?”
Se fosse eu que tivesse a tesoura nas mãos e a orelha dele à mercê, se calhar tinha havido sangue… Acalmei, disse-lhe que o tal meu Partido tinha sido criado em 1921, que atravessou o fascismo na clandestinidade a lutar pela democracia e pela liberdade, que tinha uma ideologia própria e bem definida (certa ou errada é outra coisa), que está aberto a fazer coligações e alianças com quem o respeite, e que o Bloco de Esquerda é outra coisa, outro partido… e terminei perguntando-lhe “ó amigo Arnaldo (é assim que o trato)… porque que me pôs a pergunta assim e não ao contrário? Não me perguntou porque que é que o Bloco de Esquerda não se junta ao PCP, pois não?
E enquanto pagava, ainda adiantei a pista, para a eventual resposta que ele (se) quisesse dar à minha pergunta, do modo absolutamente vergonhoso como a comunicação social do capital trata um e outro dos dois partidos.
A conversa continuará daqui a aproximadamente mês e meio.

Reflexões lentas e curtas - 3. O Poder aparente e o real Poder

1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?
2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (O Partido com paredes de vidro)… e não outro

3. O Poder aparente e o real Poder

4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real
5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?
6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local
..........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS
7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder

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E o que é isso do Poder?
Numa já velhinha Pequena Enciclopédia Política - Um ABC sem simplismo, editado pelas Iniciativas Editoriais, de 1975 (em 1974 e 75 muito se publicou sobre política...), encontrei, de Jean Lacouture, uns trechos sobre Poder que me parecem interessantes.
Um primeiro, sobre a utilização da maiúscula para a palavra, o que JL considera uma "falsa reverência, que tende sobretudo a denunciar a perigosa proliferação do monstro"; e um segundo, que tem uma imagem curiosa, "a uma telefonadela do mais grotesco Ministro do Interior, eis a polícia em movimento, os filósofos alarmados, juizes demitidos, a face do mundo modificada...", e define-o, ao poder, como sendo "o exclusivo da violência".
Para além da evidente posição do autor ser muito liberal, anti-Estado, e até ultrapassada porque esse exclusivo da violência ao serviço da segurança deixou de existir dada a proliferação de empresas em áreas que eram exclusivas do Estado (como essa da segurança... e também porque dão lucro!), estas duas pistas ajudam a separar o Poder aparente do real Poder.
A telefonadela do ministro não é neutra, e o seu poder é aparente. A polícia será posta em movimento, por essa telefonadela, para alguma coisa, os juizes demitidos por alguma razão. Para defender interesses de classe, porque alguém teria dado instruções ao ministro - ou feito uma telefonadela antes - para que ele assim fizesse. O real Poder. E o ministro, faz o telefonema ao serviço desses interesses, condicionado pelo estádio da relação de forças entre as classes, que se reflecte no exercício do Poder aparente.
Esta é, evidentemente, a posição de quem tem uma ideologia e uma interpretação da História. Que se funda num Manifesto (do Partido Comunista) em que se pode ler que "o moderno poder do Estado é apenas uma comissão que administra os negócios de toda a classe burguesa".
O Poder? Nunca absoluto, sempre condicionado.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Sonda(gen)s

Discutem-se sondagens.
Discute-se, como facto político, o que, de eleição em eleição, se prova que é não um facto mas um falso-facto. Um fá(c)tuo!
A partir do falso-facto manipula-se. E, ainda pior, não se discutem factos, não se discutem problemas reais, não se discutem ideias e propostas alternativas.
Isto desprestigia a democracia, isto descredibiliza a política.

Reflexões lentas e curtas - A ética

Assim como há uma moral na economia política - um texto de Marx à sua dimensão! - , a política tem de ter uma ética.
Mais: a ética na política deve servir de critério avaliador das éticas particulares ou de outras áreas.
Mais ainda: a invocação dessa ética não pode servir de trincheira ou anteparo para esconder o que deve ser conhecido dos cidadãos que, em democracia, escolhem os seus representantes.
Há uma fronteira entre o lado da vida privada (em que deve ser reservado estritamente o "direito de admissão"... só com "visto", isto é, autorização do próprio) e o lado em que estão os aspectos da vida que caracterizam quem se propõe representar outros, e cujo acesso deve ser facilitado aos que vão escolher quem os represente.
Dir-se-á que há aproveitamentos pouco... éticos. Decerto que sim, mas quem se candidata atribuindo-se, ou deixando que se lhe atribuam, determinadas qualidades, e é público - e publicado - que na sua vida pessoal esses mesmos atributos não existem, antes pelo contrário, não pode ver como intromissão na sua vida privada a publicidade desses factos públicos. Porque públicos são. Até em editais, em testemunhos credíveis, em editoriais, em execuções de tribunais.
Dir-se-á, ainda, que a justiça existe para estabelecer as fronteiras. Talvez... mas onde começa a justiça? e onde acaba, sendo certo que, por vezes, parece não ter fim? Não sirva também esse pretexto para não se conhecer o que deverá ser conhecido.
Exemplos? Fica, talvez..., para a sequència destas reflexões...

quarta-feira, setembro 16, 2009

O Durão outra vez na Comissão

Já hoje publiquei muito (talvez demais...), nos intervalos de outros trabalhos. Mas não quero "fechar a loja" sem antes dizer duas coisas sobre a eleição de Durão Barroso para Presidente da Comissão no Parlamento Europeu.
Participei (que remédio... era a tarefa) em várias dessas "cenas" e, concretamento em relação ao Durão Barroso, na de Julho de 2004. Insisto na palavra "cenas" porque tudo é encenado... Os apoios e alguns dos desapoios. É uma perfeita traficância de influências em que a escolha dos comissários, suas nacionalidades e áreas de especialidade, anda num vira que não é o do Minho.
Pelo que me apercebo "à distância", desta vez as coisas não foram lá muito fáceis e não se justifica o tom de satisfação, quiçá de euforia, do "eleito".
Em 2004, DBarroso teve 58,3% dos votos favoráveis e, agora, baixou significativamente para 53,2%; é verdade que teve contra 30,5% dos votos relativamente aos 35,4% de 2004 mas isso deve-se ao grande acréscimo de abstenções que passaram de 6,2% para 16,3%.
Como acho que uma das nossas obrigações é informar o que a comunicação social cala ou disfarça, aqui fica. Sirvam-se!

Pérolas (*) - 4

Última "Opinião" feita pérola, esta de José Sócrates, que me "agrediu" na tranquila manhã (também ao tempodascerejas), no blog do PS:
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"As nacionalizações nunca acabam bem."
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"Isto" é uma opinião?
As opiniões respeitam-se!
... as asneiras corrigem-se
... os disparates repelem-se
... os insultos (à inteligência) repudiam-se
e há primeiros ministros que começam mal e acabam pior (esta é uma opinião!)
_____________________________
(*) - pérolas - resultado de uma doença das ostras, como foi recentemente lembrado, a partir do colar contumazmente exibido pela dra. Ferreira Leite

Pérolas (*) - 3

Uma outra "Opinião", esta de Alberto Martins, encontrada, hoje, no blog do PS (também já comentada em tempodascerejaNegritos.

"Fomos os fundadores da democracia"
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"Fomos OS fundadores da democracia" !!!
Opinião? As opiniões respeitam-se!
... as asneiras corrigem-se
... os disparates repelem-se
... os insultos (à inteligência) repudiam-se
_____________________________
(*) - pérolas - resultado de uma doença das ostras, como foi recentemente lembrado, a partir do colar contumazmente exibido pela dra. Ferreira Leite

Pérolas (*) - 2

Do mesmo blog, como já hoje veio comentado em tempodascerejas, mas não resisto a também comentar:
.
Opinião, de António Costa: Só há dois tipos de governo: um governo do PS ou um governo da direita.
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Opinião? As opiniões respeitam-se!
... as asneiras corrigem-se
... os disparates repelem-se
... os insultos (à inteligência) repudiam-se
______________________________
(*) - produto de doença das ostras, acabe de ser confirmado por causa de um adereço da dra. Ferreira Leite

Pérolas (*) - 1

Nas viagens matinais pela blogosfera encontram-se pérolas (*).

Hoje, no blog do PS:

"No frente-a-frente entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, (…) o secretário-geral socialista (…) lamentou que a presidente social-democrata "goste sempre de se definir como a antítese" de si e do PS."
.
.
Antítese?
De si? De si própria? Do José Sócrates?
e do PS? A Manuela Ferreira Leite antítese do José Sócrates?
-->às leituras apressadas sucede como às cadelas prenhas...
__________________________________
(*) - ... que, segundo confirmação por via de um colar que a dra. Manuela ostenta, são resultado de doença das ostras.

Reflexões lentas e curtas - e, esta, à margem do momento

No turbilhão das campanhas eleitorais, será este o momento menos indicado para reflexões, apesar de intencionalmente lentas e curtas.
Enquanto período dedicado ao esclarecimento (que deveria ser), será este o momento mais indicado para reflexões, ainda que só (tão-só) lentas e curtas.
Aliás, todo o momento é o momento certo para reflectir, qualquer a velocidade e a dimensão das reflexões. E, no tempo como nos querem obrigar a vivê-lo, nenhum momento é momento certo para reflectir - sobre o tempo, sobre como o viver - qualquer a velocidade e a dimensão das reflexões.
Reflictamos sobre isto. Mesmo que não seja o momento de reflectir. Porque é (o) momento de reflectir.

terça-feira, setembro 15, 2009

Reflexões lentas e curtas - 2. O PCP não é um partido do poder?

1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?
2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (
O Partido com paredes de vidro)… e não outro

3. O Poder aparente e o real Poder
4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real
5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?
6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local
..........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS
7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder



Depois de se dividirem os partidos entre os que são do poder e os que não são do poder, e de se fazer de tal destrinça uma peça-mestra do "puzzle" da comunicação, utilizando-se todas as vias, até as mais ínvias, está armada a trama para se acrescentar, ou ir acrescentando, que este Partido, o PCP marxista-leninista, o partido que se afirma como sendo de classe, porque, para ele, há classes, e quere-se da classe operária e de todos os trabalhadores (art. 1º.1 dos Estadtutos, lembre-se) não é do poder. E que só serve para (ou só se tolera como) contra-o-poder. Já houve até quem lhe chamasse grilo falante. Mas isso de nomes que lhe têm prantado e de certidões de óbito tem o currículo cheio...
No entanto, estas asserções arrastam outras reflexões, a começar por se afirmar o que é este Partido e não outro, e a dar conteúdo a essa ideia vaga do que é o Poder.
Sobre o que é este Partido e não outro, há que o conhecer por dentro e não presumir-se que o conhece pela imagem que dele dá quem contra ele sempre esteve e o vê na perspectiva que é a sua e de quem a formou assim, e de quem, tendo estando dentro dele, dele saíu porque este não era o seu partido, não era o partido que o servia. (E não estou a sugerir coisas más, interesseiras, vilãs... Não era o partido que o servia, ou na sua maneira de viver e carreira de vida, ou na sua ideologia, eventualmente entretanto alterada, e porque não conseguiu alterar a do partido em que estava.
Para conhecer este Partido há que conhecer os seus estatutos, o seu programa, o seu funcionamento e a coerência que tem em relação a eles. Julgar o Partido pelo comportamento de alguns militantes é muito pouco, para o bem e para o mal, porque há militantes que são "melhores" (a critério do avaliador) que as massas e há militantes que são "piores" que as massas, e é um partido que se define como sendo de massas e que tem uma história que não começa no dia, mês e ano em que nasceu. (Leia, quem queira o livro de Álvaro Cunhal, O Partido com paredes de vidro).
Não encontro melhor exemplo para ilustrar o sem-sentido da imagem que se inculca do Partido que a ridicularização do voto de braço no ar. Em todo o sítio e circunstâncias esse tipo de voto é usado. Mas, ao usá-lo como expressão de uma forma democrática, colectiva, transparente, de viver, o PCP é anatematizado e ridicularizado. Pobres (de espírito) os que não entendem que a caricatura não substitui a realidade. Como dizia Lenine "fazem de nós uma caricatura e atacam-nos pela caricatura que fizeram de nós".
O Partido, este partido, não tem pressa, está vivo. E é poder! O que custa muito a suportar... pela outra classe.

Oportun(ism)o

No dia em que o Diário de Notícias publica uma entrevista com Jerónimo de Sousa;
na 3ª feira a seguir um fim de semana em que a CDU se afirmou, reafirmou, confirmou, como uma força política na sociedade portuguesa absolutamente impar, que não há almoços em salas do Pavilhão Atlântico que possam apagar (e que não beliscariam se houvesse um mínimo de equidade na informação);
no meio de uma campanha eleitoral que alimentaria complexos de perseguição se fossemos atreitos a essas maleitas (ou quem o seja...)
.
..........a grande notícia do Público, evidentemente cheia de eco(s), é a da "oportuna" decisão de Domingos Lopes, a anunciar uma coisa que "já era" (como disse Jerónimo), que abandonara o Partido, numa carta com um rol de acusações ao PCP que parecem sair de um micro-ondas depois de algum tempo no frigorífico ou no congelador... a que regressarão, depois de servidas.
.
Olhem!, paciência!... que esta é mesmo revolucionária.

segunda-feira, setembro 14, 2009

Bertold Brecht

Faz hoje 53 anos que morreu Bertold Brecht. Está na minha agenda (da JCP).
E se em cada dia há bastos motivos para citar este poeta, este autor (e teórico) de teatro, este escritor, este homem, hoje mais se justifica uma lembrança de homenagem. Deixo o final de um poema sobre a "dificuldade de governar" :


(...)
3
Se governar fosse fácil
não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o Chefe.
Se o operário soubesse usar a sua máquina e ferramentas
e se o camponês soubesse distinguir uma enxada
de uma forma para tortas
não havia necessidade de patrões nem de proprietários.
É só porque quase toda a gente é tão estúpida
que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4
Ou será que
governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
são coisas que custam a aprender?!

Reflexões lentas e curtas - Os partidos, o Partido e Poder - 1

1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?

2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (O Partido com paredes de vidro)… e não outro
3. O Poder aparente e o real Poder
4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real
5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?
6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local
..........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS
7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder

Será da boa técnica da propaganda, encontrar uma frase, uma ideia simples, um mote, um estribilho, e fazer delas (frase, ideia simples) ou deles (mote, estribilho) o cerne da comunicação, a trave-mestra de tudo o que se quer transmitir, repetindo-as(os) em variadas e até subliminares versões, modas, glosas.
No limite, jálmestre Goebbels dizia, no auge do nazismo, que uma mentira muitas vezes repetida se transforma em verdade.
Essa táctica ganhou crescente maior importância por o avanço da Humanidade, até nas técnicas de comunicação, ir impedindo as formas usadas, e denunciadas, e vencidas, de controlo da comunicação, por vias várias, desde a censura e outras limitações da comunicação até à pura e simples proibição.
Assim se tornou mais necessária a manipulação da informação, ao serviço dos interesses dominantes. E não se façam confusões, fruto dessa manipulação, para assemelhar a indispensável limitação à libertinagem dita liberdade de expressão que outra coisa não faz que não seja promover ou facilitar a limitação às reais liberdades, estas sempre evidentemente condicionadas por vivermos em sociedade.
Mas o que quero adiantar é que um dos estribilhos da actualidade é o da governabilidade - sobre que adiante reflectirei -, e para ele contribui a ideia de que há partidos... e há partidos. O que é certo, mas aquilo que se pretende inculcar que é que uns são partidos do poder e outros não. Com base em outra ideia simples de que o Poder é uma coisa. É uma coisa que existe, assim a modos de um poleiro, a que uns têm acesso e outros não têm, e que se dêem por muito felizes por poder(em) cacarejar...

Em Portugal, o PS e o PSD seriam os partidos do poder, susceptíveis de terem de recorrer a outros partidos para os acolitarem no dito poder - como exemplifica o CDS-PP em circunstâncias já históricas, ora com um ora com outro -, qual bengala de um manco que apenas servisse para quando as forças faltam numa ou nas duas pernas, e ainda haveria uns outros - ou um outro!... - que nada mais seriam que os recalcitrantes que não servem para nada por nada poder(em), ou apenas servem para serem os contra(-o-)poder.


Democracia, o conceito e a prática

O meu conceito de democracia tem uma premissa básica: o respeito pelos outros.
Sobre essa premissa se constroi (acho eu...) a prática democrática. No entanto, esta prática tem uma enorme dificuldade. É que tal premissa exige reciprocidade.

domingo, setembro 13, 2009

Reflexões lentas e curtas, obrigadas a tema

Numa série de "mensagens" a publicar nos próximos dias, vou reflectir (lenta e curtamente), sobre um tema que me assalta há tempos e, agora, se me impôs. Até fiz um indicezinho... que talvez cumpra:


Os partidos, o Partido e o Poder

1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?

2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (O Partido com paredes de vidro)… e não outro

3. O Poder aparente e o real Poder

4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real

5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?

6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local
..........ii. Dos "nossos" – O mau exemplo dos últimos anos da URSS

7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder

Último debate, entre Manuela e José

Ele há cada sorte(io)!

Assim como quem diz: eliminados os "outros", agora escolham um dos dois...

Vamos a penalties, ou moeda ao ar, ou "morte súbita"?

sábado, setembro 12, 2009

Para que servem as leis?

Produz-se legislação. Alguma no local proprio, na Assembleia da República, muita a partir do Governo. Para que serve? Para regular a vida em sociedade, não é?
Um exemplo: com a intenção de promover a intervenção das mulheres na vida pública, politica, em vez de se criarem condições para que tal decorra da vida real, legisla-se, fazem-se leis para, de maneira artificial, administrativa, as listas de candidatos às eleições tenham uma percentagem mínima de mulheres.
Depois, vai-se mais longe e legisla-se no sentido de que, embora no cumprimento dessa percentagem, não se coloquem mulheres em lugares não elegíveis, lá para o fim das listas, e legisla-se que não pode haver três candidatos seguidos do mesmo sexo. O que, como se pode comprovar, tem eventuais efeitos perversos, muito perversos (ver, por exemplo, post aqui publicado a 11 de Agosto).
Face a essa legislação, os responsáveis pela elaboração das listas estariam obrigados a cumprir o seu espírito, mesmo que estivessem em desacordo com a administratividade e com pormenores das medidas adoptadas. E até se tenha votado contra.
No nosso caso, aqui em Ourém, assim foi feito.
Descobre-se, agora, que terá havido listas elaboradas sem terem tido o julgado indispensável respeito pelo (espírito) da legislação, e que nem corrigidas foram como o poder judicial determinou ao avaliar a sua condição de candidatáveis.
Resultado? Segundo a legislação... esse incumprimento deve torna-se público e quem não cumpriu terá cortes nos subsídios derivados dos votos e dos eventuais eleitos. Mas o facto é que, não cumprindo regras para serem listas candidatáveis, regras que a outros teriam custado (em todos os sentidos) a cumprir... podem ser listas candidatas.
Não há aqui iniquidade, atropelo democrático embora dentro da legalidade?
Isto pergunto eu, que de leis sei pouco, mas julgava saber mais a partir de critérios leigos mas cidadãos.

Sobre as vantagens (para Portugal) e o orgulho (para os portugueses) de terem este homem na presidência da Comissão

Para preencher a insónia, deu-me para ler uns jornais chegados de avião, trazidos por mãos amigas.

Entre outras leituras interessantes um trabalho de Jean Quatremer sobre Durão Barroso, no Libération.

Não descortinei qualquer vantagem para Portugal e não senti nenhum orgulho como português pela presença daquele senhor na presidência da Comissão, e pela sua notoriedade.

Entre repéres (destaques) na margem esquerda das duas páginas da entrevista.... destaco dois:

1. Um antigo maoista transformado em liberal

2. «Este homem está-se nas tintas para o social e para a economia. Tudo o que o preocupa é guardar o seu lugar» - Martin Schulz, leader do Partido socialista Europeu, 14.07.2009.
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E, no texto, DB é citado: «...denunciando a "caricatura" que dele fazem: "apresentam-me como um liberal ou um conservador quando o que eu sou é um reformador do centro"»
(mas não é o que eles são todos, liberais, conservadores e reformadores do centro?)

sexta-feira, setembro 11, 2009

As sonda(gen)s...

As desta noite, fresquinhas, são... engraçadas.
Com os comentários a bater nas teclas batidas: empate técnico, BE terceira força, cenários a dois e a três!
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E as políticas?

As sonda(gen)s...

Hoje, comecei o dia a ver uma sondagem em que o comentário (no sapo) era a de que havia empate técnico entre o PS e o PSD e que o BE consolidava a terceira posição. Comentei para mim "já conheço este filme!" e, obviamente, não fiquei bem disposto. Mas, como quero, sempre, "dar a volta por cima", resolvi pôr a notícia de pernas para o ar.
Como os números relativos ao BE e ao PCP/CDU eram de 12% em Abril e 11% agora, para o BE, e de 6% em Abril e de 8% agora, para o PCP/CDU, e nas mesmas fontes, (re)escrevi o comentário aos números: Empate técnico entre PS e PSD, PCP a a subir 2 p.p e a aproximar-se do BE que perdeu 1 p.p.! Sim, porque se os números fossem ao contrário seria assim que teria encontrado o comentário: Queda do PCP e o BE a aproximar-se da terceira posição!
Tanta manipulação é "desmais".
E não é só na apresentação e comentário aos números. Por mais manipulados que sejam os "sondadores" e as sondagens, há sempre coisas como o que acabo agorinha de ler:
«Se as eleições legislativas fosse hoje o PS ganharia, mas sem a maioria absoluta que conseguiu em 2005, mostra uma sondagem da Marktest para o Diário Económico. Segundo esta sondagem, os socialistas reúnem 36,1 por cento das intenções de voto, à frente do PSD que tem apenas 29,3 por cento e conseguiria um pior lugar do que em 2005. Enquanto que 12,6 por cento dos eleitores afirmam que votariam na CDU, que regista uma ligeira subida em relação às sondagens de Agosto (de 11,3 por cento para 12,6 por cento).
O Bloco de Esquerda apresenta um recuo (de 11,2 por cento em Agosto para 10,9 por cento em Setembro) substitui o CDS como terceira força política no Parlamento, tendo os democratas-cristãos apenas 7,1 por cento das intenções de voto, mas com uma subida de 1 por cento.»
Tirando o facto de considerar indecente que se diga que 1,3 p.p e 11,2% é uma "ligeira subida" tudo o resto melhorou a minha (in)disposição matinal.

11 de Setembro - de 1973

Transcrito de aqui em:

Terça-feira, Setembro 11, 2007

11 de Setembro...
... de 1973! Estava em Paris.
Numa esplanada instalada num passeio, como se aquele passeio existisse para ali se colocar aquela esplanada parisiense.
Jantava, ou comia qualquer coisa porque as notícias me tinham tirado a vontade de tudo... talvez apenas de comer.
Apetecia-me chorar. De raiva. De impotência. Era, naquele dia, em Santiago do Chile, o que já tinha sido em tanto lugar. De outras maneiras.
O que viria a ser, depois de então, em tantos outros. De outras maneiras
O virá a ser, ainda, em mais lugares. De outras maneiras.
Sempre, o imperialismo.
Na mesa ao lado, jantavam alegremente uns jovens, com ar de bem engravatados tecnocratas. Por coincidência, falavam castelhano. Mas éramos, ou estávamos, em mundos diferentes. E nada me dizia que, sendo diferentes os mundos em que, naquele momento, estávamos, houvesse diferenças profundas que nos separassem.
Só senti que esses dois mundos, ali contíguos, ali não antagónicos, se tocavam, que algo os unia, quando os vi trincar uns vermelhíssimos e suculentos morangos com os seus dentes muito brancos...
Um arrepio percorreu-me o corpo todo. Ainda hoje o lembro.
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O Chile vencerá!

11 de Setembro - de 1942

Transcriçao de um post de:


Sexta-feira, Setembro 12, 2008

Ainda a propósito de 11 de Setembro
Sem pretender esgotar a efeméride de 11 de Setembro, e na que referi incluindo todas as vítimas do da violência fascista e do terrorismo,
ver também sobre 11 de Setembro de 1942, data da morte de Bento Gonçalves no Campo de Concentração do Tarrafal.

O tema da "asfixia democrática"... e outros

Nestes últimos dias, a campanha tem sido animado pelo tema/expressão "asfixia democrática".
Para quem, como nós - falo da 1ª pessoa do singular e do meu colectivo -, tem chamado a atenção para sinais fascizantes e com esses sinais se tem preocupado, a inserção dessa expressão no linguajar político-partidário criou uma situação interessante e que importa esclarecer. Aliás, como o camarada Jerónimo de Sousa muito bem fez no debate com Manuela Ferreira Leite.
Se é verdade que tem havido sinais de pouco respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, até de desrespeito pela "filosofia" e direitos constitucionais, mormente quanto a direitos dos trabalhadores, e que eles se agravaram ultimamente, falar de "asfixia democrática" só pode partir de quem não sabe, não soube, ou não quis saber..., da verdadeira asfixia democrática que se viveu durante o fascismo, até 25 de Abril de 1974.
Mas a questão da linguagem político-partidária mereceria estudos de filologia e, nalguns casos, de saneamento e sancionamento moral (se isto existisse).
Entre os "argumentos" da luta política, usar o vernáculo não é, por si só, condenável eticamente, referir que determinados cidadãos foram arguidos (não meros suspeitos) ou até condenados em processos por actos que definem caracteres e características, pode não ser sequer deselegante. Muito diferente é o uso de imagens escabrosas para anatemizar (em termos soezes) adversários políticos.
Julgo não ter, pessoalmente, qualquer propensão para me chocar com termos e expressões e imagens, mas dou grande valor às palavras, gosto de as estudar, como conceitos e no que traduzem de sentires e pensares, e entendo ser dever de quem quer que seja bem formado chamar a a atenção para o que considera empolado, excessivo e até perigoso, de repudiar o que tem a explícita intenção de ofender, de rebaixar o outro, particularmente quando o outro não é aquele determinado e com cara e nome mas uma generalidade, o inominado adversário político, o portador de uma outra ideia e concepção de vida que não a de quem agride cobardemente e com pretensa violência.
Estou, evidentemente a divagar, em abstracto, sob a influência de casos concretos, alguns em que nem de luvas quero tocar...

quinta-feira, setembro 10, 2009

Um título e um inesperado/aparente acordo

"O País precisa de juízo" terá dito (em Aveiro) José Sócrates, o 1º!
Descontada a pesporrência, inteiramente de acordo porque, se tiver juízo, o País fará com que se mude de políticas, das políticas que este primeiro ministro e seu governo tão dedicadamente tem protagonizado. Ao serviço de interesses que nada têm a ver com o País.
Claro, claro... este vocábulo em maiúscula (País) pode ter várias leituras. E José Sócrates terá falado de um País, e este comentário falará de um outro País que não é o mesmo. Este é mais País/recursos/trabalhadores/Povo...

quarta-feira, setembro 09, 2009

Acabou, Jerónimo!

Acabou, agorinha mesmo, o debate do camarada Jerónimo de Sousa com a dra. Manuela Ferreira Leite. Enquanto os comentadores encartados devem estar a "espremer o limão" (sêco/séca), e os jornalistas estarão à espera, na "porta dos artistas", da saída dos dois intervenientes, venho aqui... suspirar de alívio. Um suspiro solidário com o de Jerónimo que - calculo eu... - deve estar a pensar "desta já me vi livre, livra!"
E livrou-se... com uma postura de grande dignidade, umas vezes muito bem, outras nem tanto, sempre com coerência e uma enorme paciência. Com uma outra "classe" a vir ao de cima.
Neste último (uff!) debate em que participou, pergunto eu porque se discutiu o programa do PSD e não se fez uma referência ao programa do PCP. Que há!, e que mete o do PSD num chinelo de quarto da doutora. Será que apenas se discute o programa de quem vai ser governo, ou pode vir a ser, ou, pervertendo o próprio acto eleitoral, se afunila tudo na discussão implícita... da governabilidade com estas políticas?
Assim se estreitam as vistas, no sentido de que a escolha é para o primeiro(a) ministro(a), e não a de 230 deputados... e do rumo para o País que não tem de ser o da alternância que há 33 anos nos (des)governa, sempre com as mesmas políticas praticadas com diferentes tonalidades entre o rosa e o laranja com mais ou menos negro na paleta.

Brevíssimos comentários pré-eleitorais

A ouver os debates televisos e toda a panóplia de comentários que se lhe seguem, confirmo a ideia de que este "modelo" veio "à medida" de José Sócrates. Não quero dizer que tenha havido manipulação partidária ou governamental para que assim fosse, mas quero reiterar a convicção de que Sócrates, este PS socratiano, por um conjunto de circunstâncias, muitas fortuitas, teve o "brinde" de uns debates mesmo "à maneira" e no momento certo para a sua campanha eleitoral.
Ao mesmo tempo, não poderiam ser piores para um partido e um homem como Louçã. Casos e causas não podiam pegar em conversas daquelas, particularmente com um "jogador" como José Sócrates.
A dra. Manuela anda um pouco perdida no meio deste filme e, para a imagem conservadora, respeitadora dos bons princípios e valores, a visita à Madeira, e a "ajuda" de AJJardim, não veio contribuir nada e deu-lhe um toque peripatético. De que, ao que parece, a habilidade de PPortas irá procurar tirar todos os proveitos... eleitorais.
Quanto a Jerónimo, só há que admirar a... diferença. Aquilo é outra gente, de outra classe. Pois. E depois digam que não há classes e que a democracia se esgota no acto de votar, assim infor/manipulados.
Vamos a ver o que isto vai dar em resultados eleitorais...

terça-feira, setembro 08, 2009

A propósito do que estou a ouvir...

Trecho de texto concluído esta tarde para publicação:

«... ainda que não houvesse reservas para os dados que fundamentam a versão da recuperação, esta, como a crise, tem duas faces, a face dos grandes grupos financeiros que foram alvo do esforço de auxílio para que recuperação houvesse, e a face dos trabalhadores, das populações, das micro e pequenas empresas, cuja recuperação não se mede pelos indicadores económico-financeiros, mas pelo desemprego crescente, pela contínua quebra do nível de vida, pelas falências e situações de desespero em cascata.
Quanto às reservas (sobre números e estatísticas), para Portugal basta citar o INE, directamente da internet:
Resumo
No 2º trimestre de 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 3,7% em volume face ao período homólogo de 2008 (-4,0% no trimestre anterior). Esta diminuição voltou a estar associada à evolução negativa da procura interna, cujo contributo foi de -5,1 p.p. ( 4,1 p.p. no trimestre anterior), sobretudo em consequência do comportamento do Investimento e, em menor grau, do consumo privado. Em sentido inverso, o contributo da procura externa líquida foi positivo (1,4 p.p., o que compara com 0,1 p.p. no trimestre anterior), reflectindo sobretudo uma redução intensa das Importações. Relativamente ao trimestre anterior, a taxa de variação do PIB foi de 0,3% (variação de -1,8% no trimestre precedente).
O que este resumo daria para comentar!… a partir dos temas evolução do PIB (-3,7% em relação ao 2º trimestre de 2008), evolução da procura interna, contributo da procura externa por redução das importações. Significativamente, deste resumo apenas mereceu realce a variação do PIB relativamente ao 1º trimestre de 2009 (+0,3%), e a ela se reduzem os sinais de recuperação e nela se baseia o foguetório.(...)»

Jerónimo de Sousa como é...

... e é espantoso como se revela e se desmente o preconceito:

... mas sabe bem ver e ouvir este homem igual a tantos e tantos, que é comunista e secretário-geral do PCP!

segunda-feira, setembro 07, 2009

Voltando às rotinas... boas

A Festa... é a Festa!
Aqui, na blogosfera, neste planetazinho do sistema de comunicação internético, sentiu-se a Festa. Pelo que (não) produzi, pelos (menos) visitantes que tive. A frequência, a "clientela", desceu para um terço...
Como é que eles podiam vir aqui visitar este planeta mais ou menos deserto, se também o residente andava pela Atalaia? E andava pela/em Festa, com alguns encontros comoventes, e alguns por causa deste blog.
Várias vezes fui interpelado como anónimo do século xxi. Sendo o blog a ponte, o pretexto, a razão, para um abraço e para palavras que cairam bem fundo. No reforço do sentimento de que... vale a pena! Mesmo que rareiem os comentários, mesmo que possa parecer que "ninguém nos liga nenhuma".
Em todos os que, por causa deste espaço de comunicação, e só por causa dele, se me dirigiram, saúdo calorosamente três que agora me ocorreram neste "correr da pena, e porque deles fixei o nome.
Um abraço muito amigo para o duartedovale (então... e as vindimas?), para a Ana da eirademilho (vinda de Chiapas?) e para o Guilherme de Braga. Obrigado!
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E aqui estou. Comunicando com todos. Voltando às rotinas... boas.

Reflexões lentas e curtas, e sob influência... da Festa e de outras coisas e conversas

O outro momento na Festa que aqui me traz a balanço foi o "belo e estraordinário comício". E que belo e extraordinário comício foi aquele, camarada Jerónimo!

Não meto nestas reflexões a noite de ópera. Só vivido. Que ambiente! Apenas diria que nas horas que ali, na noite de sexta-feira, se viveram estiveram pedacinhos de futuro, da sociedade por que lutamos de que falou Jerónimo de Sousa.
O discurso do secretário-geral do PCP foi um discurso de luta, aguerrido, cheio de força, estimulado e estimulador. E não me venham com confrontos com a postura da véspera no debate televisivo com Sócrates, ou até com Louçã. Não mudou o discurso face aos contextos e às audiências. Foi o mesmo discurso adequado ao tempo e às circunstância em que foi dito. Foram faces de um mesmo discurso. Quem quiser comprová-lo veja e leia uma e outra das faces.
Há uma frase que retive e que, agora, fui procurar e reler com um particular gozo. Reproduzo-a:

"... não seremos governo a qualquer preço, por meros arranjos e acordos artificiais a pensar mais nas postas e nas pastas que na política a concretizar e à margem dos compromissos assumidos com o povo e com as forças sociais que aspiram, lutam e votam pela mudança e ruptura com a política de direita."

Discurso perfeito? Há disso?!
A meu critério, teria gostado, por exemplo, de um pouco mais de autárquicas, mesmo que tivesse de ser com o sacrifício de um pouco menos de legislativas. São duas eleições e uma campanha, e no que o discurso teve de campanha, como inevitavelmente tinha de ter, as eleições para as autárquicas teriam ficado algo desvalorizadas. E aí, nessas eleições, somos e temos poder! Que nem sempre saberemos fazer valer na luta que é só uma. E que continua. Contínua!

Reflexões lentas e curtas, e sob influência... da Festa e outras coisas e conversas

Balanço prematuro? Talvez todos o sejam.
Enquanto, sozinho, corria quilómetros fazia balanços.
A Festa tinha sido… a Festa. Mas a Festa tinha sido também – também!, também! – uma realização política da maior importância. Transcendente porque tem a ver com o futuro. Nosso, do País. Com a enorme responsabilidade de cada um que em Festa esteve.
Fixo-me em dois momentos.

Centenas (e não exagero) de camaradas em Festa, no sábado à noite tudo interromperam para se juntarem no Pavilhão Central a ouver o debate na televisão entre o Jerónimo e o Sócrates.
Foi um momento, um intervalo. À minha maneira – cada um tem a sua… - vivi-o intensamente. Querendo sentir, “apanhar” o sentir colectivo, o ambiente. Da tensa expectativa foi-se passando à frustre decepção. Queria-se, intensamente, um combate e não aquele… debate. Aquela espécie de debate. Mas só aquela espécie de debate poderia ser.
Nesta “altura do campeonato”, este “desenho” de confronto serve Sócrates como uma luva. No desespero de mostrar, depois de anos de lobo, que é um cordeiro, vestiu-lhe a pele por umas semanas. E está a fazê-lo com o despudor de velha raposa (desculpo-me das imagens zoológicas…), ajudado por todo o contexto moderador.
Jerónimo, com a sua postura, igual a si próprio, sério, respeitador, paciente (é revolucionária a paciência!), determinado, para mim esteve bem. Poderia ter estado melhor? Claro que sim. Pode estar-se, sempre!, melhor. Em uns momentos do “debate” esteve quase a conseguir o que daria satisfação a quem queria ver o confronto mais vivo, mais combate que aquela espécie de debate televisivo. Foi – esta é, evidentemente, a minha opinião – quando, sem quebrar as regras do jogo, naquelas circunstâncias quase levou Sócrates a perder o papel de cordeiro ensaiado mil vezes e esteve mesmo mesmo a saltar desse papel que está representar e não resistir a revelar-se o que tem sido e o que será depois deste período curto de mostrar o que não é. A mostrar-se arrogante, malcriado, intolerante, ao serviço do poder financeiro, das políticas de direita.
Quem queria, e muito desejava, e talvez precisasse, de um K.O. ao primeiro assalto (agora, saltei para a imagética desportiva do boxe… se o boxe é um desporto) sentiu alguma frustração. Mas há que ter consciência que a lta é em muitos muitos combates. que este combate (este de 27 de Setembro e 11 de Outubro) é em muitos assaltos e, tantas vezes, o querer ganhar logo, agora, já, leva a adiar a vitória. Nos combates e na luta.

Depois, bem depois… foi o sempre esperado comício no domingo à tarde. Mas este fica para outra reflexão.

Houve Festa!

Houve Festa!
Houve Vida diferente durante 3 dias numa Cidade outra!
Amanhã... a luta continua! e aqui traremos o que hoje o cansaço no regressoa a casa não permite.

domingo, setembro 06, 2009

Na Festa!

Este ano há Bienal!

sábado, setembro 05, 2009

Estamos na Festa!

Estacionados...

sexta-feira, setembro 04, 2009

Estamos na Festa!

21.30:

Vamos à Festa!

Estamos a caminho.

Armados de programa.

Eleições na Alemanha

As eleições legislativas na Alemanha também serão a 27 de Setembro. Entretanto, realizaram-se eleições para parlamentos regionais.
Apenaas relevamos (e revelamos?!) alguns resultados. Que parecem significativos.

Die Linke (A Esquerda) é um partido que se formou a partir da fusão, em 2007, do Partido do Socialismo Democrático que dava continuidade ao Partido Socialista Unificado, no poder na antiga RDA, com sociais-democratas e outros grupos. Nestas eleições, Die Linke mantém-se a segunda força partidária mais votada na Saxónia (20,5%) e na Turíngia (27,4%), e teve um resultado quase surpreendente no Estado do Sarre (no ocidente do País), em que subiu 19 pontos, passando a 21,3% depois dos 2,3% do PSD em 2004.
Em contrapartida, o NPD (neo-nazi) baixou, na Saxónia, de 9,8% em 2004 para 5,6%.
Que cada um leia estes (e outros...) sinais.